ainda bem que não estás cá para ver as perguntas que trago nos meus olhos. a dorzinha que trago amarrada ao tornozelo. o vazio no peito.
hoje é uma daquelas noites em que me apetece correr de volta para os teus braços. um daqueles dias confusos e maus. um momento de agonia interior que tu sabias aclamar, antes de tudo.
e, se ao menos não tivéssemos gasto as palavras, as lágrimas e os corações de tanta zanga e discussão. e, se ao menos não tivéssemos mudado o mundo e a nossa maneira própria de ser. e, se ao menos o tempo não tivesse vindo alterar aquilo que, um dia, sentimos..
ia agora ser mais simples o meu dormir e a minha calma. a minha paz.
hoje, agora, sinto a falta dos teus braços em volta do meu ser. sinto a falta dos teus lábios nos meus e das tuas mão nos meu pescoço.
e de pensar que já passámos o que passámos e, agora, nos tentamos parecer indiferentes.
tem andado gente à nossa procura e nós não temos parecido.
nem eu nem tu, que deixámos de ser dual unidade para parecer unidade individual.
no nosso nós desapareceu e aqui estou eu, longe de todos, até de mim. e tu aí ficas, não sei bem como.
há perguntas que não quero fazer.
amanhã será um novo dia.
um dia de sol?