23.4.11

precisava de uma surpresa boa

estou em baixo

22.4.11

sinto-me uma merda

20.4.11








O homem invisível ainda acha possível
abrir sorrisos à sua passagem. Mas não é fácil.
É pouco provável que algum dia
alguém repare na sua viagem rumo aos corações.

É por gostar que sai ao encontro
de quem tem a certeza de um dia o ter visto.
Só pra mostrar que o que hoje se vê de si
é o que sobrou da sua vontade de entrar nos corações.

O homem invisível ainda acha possível
regressar da viagem com recordações
de sorrisos novos em velhos conhecidos
que,
por fim,
deixem navegar os sentidos ao sabor das emoções.

O homem invisível nunca teve a coragem
de enfrentar as coisas tal como elas são…
Mas quem pode dizer que aí não há a intenção
de ter das coisas, não aquilo que elas mostram,
mas o que de melhor maneira encontra o coração.

O homem invisível ainda acha possível
abrir sorrisos à sua passagem. Mas não é fácil.
É pouco provável haver alguém que um dia
o acompanhe na sua viagem rumo aos corações.







nuno prata

17.4.11

porque é que eu não sei dançar?

7.4.11

dou por mim a sentir o cheiro da perda entranhado em mim.

o cheiro que entre nas narinas e se entranha no nosso cérebro como se nós tivéssemos que o carregar. entra nas nossas narinas e não é fácil de o tirar.

entra o cheiro do fumo das nossas memorias queimadas e vem mostrar-nos que o que se passou não foi apenas um pesadelo. entra o cheiro. corrói-se a alma.

e, quando menos espero, ele volta a entrar-me nas narinas e volta a trazer as memorias de um tempo que não desejo por nada voltar a viver.

enquanto me sento na cadeira no café e aprecio a pouca paisagem que o rodeia, lá vem o cheiro.

vem a memoria do cheiro e logo voltam as imagens negras.

volta tudo num instante.

desvanece-se o sorriso.

vai-se a vontade de me alegrar.

e vem a vontade de me afundar na cadeira vermelha do café.

tudo desaparece.

tudo desapareceu.

regressará?

4.4.11

desabafo

mãe: queres alguma coisa, kina? eu: não, obrigada...
mas eu quero mãe, eu quero que tudo volte ao normal. eu quero o pai que sempre quis ter e que sempre tive até há alguns anos a trás. o pai que me mima, que me faz sentir especial. o pai que agora me desapareceu... agora, quer dizer, há já algum tempo... o pai que eu ainda não consigo aceitar.

dói-me tanto o vida. dói-me tanto e não pode doer, não pode parecer sequer que dói.

dói por muitas coisas.


no outro dia olhei para ti e achei que devia despromover-te do cargo que tanto me esforcei por manter por ti. passaste por mim na rua e nem como desconhecida me trataste, nem como obstáculo ao teu caminho, nem como lata velha e amassada no chão, nem como nada. passaste por mim, com todas as tuas preocupações, tão distantes de mim, e nem te dignaste a reparar que era eu. e eu parei, no meio da rua, a olhar para ti e a pensar:

mas onde vais tu?

e só me apeteceu perguntar-te enquanto corria a trás de ti:

onde vais tu? eu estou aqui e preciso de ti, Amigo.

mas não, não o fiz. de facto, como muitos me dizem, eu dou demasiada importância as pessoas que não merecem o meu sofrimento.

só para que saibas, preciso de ti. mesmo que tu não possas estar comigo, ao menos um olá, tudo bem? quando passas por mim. ao menos uma mensagem, um mail, algum sinal da tua existência.

tu sabes o que se passou e mesmo assim nem ligas. nem lembras, nem nada.

telefono, não atendes. mando mensagem, não respondes...

desisto.

despromovi-te do cargo tão alto e quase exclusivo em que te tive.

Amigos há poucos, certo?

e eu já despromovi mais um.