4.9.15

3 anos.

e tanto que deixem por escrever por já ter perdido a capacidade de não querer saber quem atinjo quando escrevo o que me vai cá dentro.
passaram-se tres anos, quase acorrer.
e lembro-me dos primeiros meses em que era realmente tua. não que agora não o seja, acho que disso não tens duvidas.
mas chego ater saudades do tempo em que era tua sem questionar. sem medos.

sem ficar a pensar nas mil e uma coisas que podes estar a fazer quando não te tenho no meu campo de visão. coisas que já fizeste mais que uma vez, mesmo depois de prometeres que não farias outra vez.
e por muito que me digas, agora, que nunca mais aconteceu, já não tenho força para dizer ao meu coração: "acredita". já não consigo tirar de mim estas inseguranças em relação a mim própria e ao meu aspecto, às minhas atitudes.

não ha nada que possas dizer ou fazer.

so havia, no passado.

podias não ter feito segunda vez. (ou terceira ou quarta, não sei quantas foram)

podias não ter deixado que ficasse gravada na minha memória aquela foto que quase me fez vomitar e que quase me fez duvidar do que os meus olhas viam. porque o meu coração não queria que visse.

mas vi.
e, sendo como sou, reparei em todos os pormenores para ter a certeza que o que estava a ver era o que realmente estava a ver. e era.

nesse dia que desapareci durante umas horas sem dizer nada a ninguém, estavas noutra casa. e dentro de mim todas as questões se multiplicavam porque se eras capaz de fazer isto, eras capaz de qualquer coisa. as linhas entre acções são sempre muito leves. e desapareci.
e quem me dera que me tivesse lançado a ria nesse dia.

quem me dera ter conseguido ter sangue frio nesse dia.

mas sou um coração mole.

e tudo o que fiz ate hoje é prova do amor que sinto por ti.

porque podia ter acabado. mas não acabou.

voltei a casa e tu choravas baba e ranho como se a ferida tivesse sido feita em ti.

como se a desilusão tivesse sido tua.

nem chorar consegui, eu.

todo o amor que eu imaginei que sentias, nessa altura, me pareceu um video em câmara lenta de um vaso antigo a cair que finalmente chegou ao chão.

nesse dia, não eras o meu amor. eras o canalha.

eras quem me fez sentir a pessoa mais feia do mundo em todos os sentidos.

e acredita que nunca me achei bonita.
nunca.

e tu acentuaste isso nesse dia.

tu fizeste-me ter a certeza que o que eu sempre suspeitara era verdade.

nao valia a ponta dum chavo.

e é triste, para mim, olha para trás e saber que no inicio da nossa relação tivemos uma cratera tao profunda.
pelo menos eu senti-a, e ainda sinto.

quando, de manha, me sentes triste e eu te digo que passa, podes ter a certeza que é nisso que penso.

quando passas uma hora na casa de banho de manha, ou duas, a noite, é por isso que não adormeço.

porque não quero acreditar que farias outra vez o mesmo mas por outro lado é a única coisa que acredito.

a dor de sentir isso, ainda hoje, passado tanto tempo.
a dor de admitir.
a dor de não admitir perante ti. para que tu saibas o que me fizeste.

mas não te quero magoar com isso.
porque nao sou eu.

eu, sofro em silencio e sozinha. sozinha choro, com ranho e baba e lagrimas a escorrer por toda a cara.

e, 15 minutos antes de voltares, limpo a cara, passo-a por agua, numa tentativa de lavar de mim as imagens e os pensamentos que tenho sobre ti. os pensamentos negativos.


no ano passado, quando fui de ferias para a serra, disse-te que queria saber o porque. e pensando bem, provavelmente essa seria uma das melhores prendas que me poderias dar. dizer-me o porque.

dizeres-me outra coisa sem ser "não sei porque" porque isso ainda dói mais.

fazeres uma coisa que me afecta tanto e faze-la so porque... porque não?


e por isso os ciúmes, por isso as duvidas, por isso a birra, por isso o amuo. porque ainda não aprendi a lidar com a tua falta de conhecimento sobre ti próprio e as tuas vontades.

e que posso eu fazer?

pedir que te portes bem, uma coisa que tu provavelmente nem associas a nada.

"portas bem?" uma pergunta que tanto de faz. e que me diz tanto a mim, que não consigo confrontar as situações e os sentimentos negativos.

algo tao mau que mudou a minha maneira de ser. e não sei ser de outra maneira ja.

nao sei confiar, já.

e acredita que escrevo isto aqui por amor, por respeito de não querer estragar-te o dia. não querer estragar um dia especifico.

se leres, um dia, sabes como me senti. se não leres, não sabes.

não sei que mais posso fazer para apagar este sentimento tao conectado a tudo o que penso em relação a ti.

"será que um dia..?" sera que um dia vou voltar a deparar-me com o fruto do teu aborrecimento?
será que um dia não vou aguentar mais este canto negro do meu coração? este canto que ainda não consegui limpar e tratar?

entreguei-me por completo, corpo e alma. para descobrir que, afinal, não valiam assim tanto.

nao valho assim tanto.

nunca serei mais do que sou, agora. já te disse isso muitas vezes.
não vou ter mais mamas, não vou ter mais rabo nem vou ser mais atrevida nem oferecida.

nem por ti, nem por ninguém.

porque não é nisso que me revejo.

e magoa-me que tu tenhas tido essa curiosidade. que tenhas sequer pensado em pesquisar o que seria isso. que quisesses interagir com alguém mais isto e aquilo do que eu.


e por isso, sei que não chego.

por muito que me digas que chego e sobro e que sou linda e que isto, aquilo e aqueloutro.

ainda me dói.




mas parabéns, meu amor.
sei perfeitamente que não foi tudo mau.
tivemos e temos muitas coisas boas.

mas como sabes, o mau tem sempre mais peso.
e este peso partiu-me o coração.

no outro dia, disse-te que so me partiram o coração uma vez.

não, tu já me partiste o coração e eu ainda não recuperei. como podes ler aqui.


amo-te, mesmo. e por isso e que não falo em nada disto. por isso e que não vez este ponto negro do meu coração. mas devias, porque és tu que o tens.


quero ultrapassar mas não consigo. esta muito trânsito. constantemente.

até já.

31.3.15


não sei o que fiz.
não sei quem sou nestes momentos.
cada vez que vais é como se o chão me saisse debaixo dos pés e tudo o que faco entretanto é a pensar em ti. E, se queres mesmo saber, cada vez que chegas so me apetece saltar-te pra cima e encher-te de beijos e abraços mas não o faco. Porque sei que queres ter o teu espaço e os teus 5 minutos sem pensar em nada.
e por isso espero.
espero.
espero.
e a minha espera transforma -se, de repente, em desatenção?
como e que dentes isso?
mais uma vez, antes de ir tentar dormir um sono interrompido por milhões de perguntas que faco a mim mesma e para as quais não quero resposta porque não sou suficientemente forte para as ouvir. Porque não quero procurar e encontrar ou ficar ainda mais baralhada por não encontrar o que espero.
o que não devia esperar. O que nao devia sequer ocupar a minha cabeça.
mas ocupa.
não sei que mais ser para não ter que dormir na agonia do desentendimento.
e la vais tu. Mais os teus separadores anonimos.
fazer? Não sei
nem sei se quero saber.
e dói
dói muito muito
porque as coisas que acontecem no início de uma relação marcam.
e a mim marcaram-me muito.
tanto que ainda duvido porque não consegui arrancar de ti uma explicação.
so queria poder apagar da minha memória o trauma que me marcou tanto e que me faz duvidar a cada desentendimento e zanga
que abre a ferida quebtu achas que já não existe
e quando me perguntas que mais podes fazer? Também não sei. Quem me dera saber.


e quem me dera que pudesses querer saber mais um pouco.
e que me dera que quisesses perceber.
demos o passo. E pergunto-me as vezes se não terei arriscado demais.
se não terei pedido demais a mim mesma
porque cada dia que passa não volta a trás.e tu vais e voltas
e parece que não importa onque eu faca.
não enchonas medidas.
se calhar devia crescer. Se calhar devianser diferente.
se calhar
se calhar
mas não vejo interesse de nada.
esta escuro la fora e estou sozinha na cama.
esperando que acabes o teu jogo, a tua pesquisa. Perguntando-me sempre o que e que me falta.
onde e que falhei.
afundando-me numa cama que não e minha. Numa cidade que não e minha.
eu, que não sei de quem nem de onde sou.
eu, que quero a cada momento ser outra e diferente e com outras características.
mas sou onque sou sem saber o que sou.
e aqui fico.
de coração apertado.
tentanto esvaziar o acumulado.
os graos que aos poucos se transformam pedra.
e nada.
não vens.
não durmo.
não vivo.
não sei que mais posso fazer.
não sei que mais posso ser para sentir que valho a pena.
não sei como chutar as pedras do caminho sem que elas se transformem numa derrocada de sentimentos e de perguntas por responder.


amanha vai ser mais fácil não sentir?
cada vez menos acredito nessa frase.
so precisva de ti, ao meu lado.
fazendo-me acreditar que as dúvidas que sinto não um nevoeiro que afinal e so um vidro embaciado.
so precisava de um beijo e um abraço para que tudo ficasse bem. Mas não.
a demora.
a porta a bater.
as botas atiradas ao chão.
e a cabeça como na tasca.


destruicao.